Hoje comemoramos aniversário da Lena. Lá estávamos nós, as gurias. Todas na fase dos “enta”, aproveitando a ocasião para mais um encontro, como outros que já aconteceram depois que nos redescobrimos. Por um momento, olhei o grupo e vi todas em suas saias pregueadas de colégio, blusas brancas e sorrisos marotos. As que não compareceram foram lembradas. Queríamos todas lá. O mais encantador é o fato de não fazermos dos nossos encontros a hora da saudade. Fomos, não somos mais. O passado nos uniu, mas o como somos é que motiva os encontros. Hoje temos nossa realidade presente, com atividades, preocupações e adaptações. Não é apenas bonito; é lindo ver. Mudamos, seguimos nossos caminhos e nos reencontramos para celebrar, não o passado, mas o presente de cada uma, as nossas vidas, o nosso viver. Célia, Jeanne, Lea, Lena, eu e as que não compareceram hoje, histórias de vidas repletas de experiências, ricas em amores, dores, alegrias e muita, mas muita força. Quem de nós é mais sábia? Todas temos a sabedoria e o desconhecimento. Juntas, são visíveis a efervescência da experiência e a ânsia do saber mais, do conhecer. Estar feliz e em paz parece ser a meta diária de todas. A maturidade proporciona o reconhecimento das prioridades. Não nos reunimos para tomar um chá, mas até poderíamos fazê-lo. Seria um chá sem o ranço da idade. Não há cronologia, pois somos todas resolvidas, à nossa maneira e de forma individualizada, tal como a vida determinou. Relembrar seria falar dos amores e desamores da adolescência, das cólicas menstruais, cuja dor fazia chorar mais pela melancolia do rito de passagem para a vida adulta do que pela dor propriamente dita. Coisas de gurias, coisas do nosso tempo de guria. As saias pregueadas, umas mais curtas, outras menos, reportam a uma tentativa mal sucedida de padronização do não padronizável. Todas éramos únicas e agora o somos ainda mais, daí o insucesso da padronização. Sucesso profissional, dinheiro, nada é relevante frente às características pessoais desenvolvidas no tempo. São pessoas, mulheres em reencontro. Cada uma trazendo o que de mais precioso possui. Trazem a si para partilhar com as demais. Que sorte que eu tenho, gurias das saias pregueadas! Um beijo no coração de todas. E eu só quis dizer.
Silvinha,que prazer ler tuas doces palavras. Retomar o grupo de um tempo distante nos trás energia, animo e parceria. Muitos outros momentos vão vir para darmos boas risadas da vida. Obrigada por atender ao apelo, escreve, escreve!!!!!! Teremos muito tempo ainda em convivência. Bjs
ResponderExcluirSilvinha, não sei exatamente o que escrevi anteriormente, mas sei o que sinto ao reler teu texto agora. Tens a sensibilidade de captar a emoção do momento e colocá-la em palavras. Quem te lê penetra no texto e sente-se como parte dele.
ResponderExcluirParabéns também pela coragem de mudar. Poucos conseguem.
Um beijo
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Lindas palavras. É natural ao reencontrarmos nossa adolescência, relembrá-la com carinho e boas risadas. mas depois, é o presente que deve prevalecer. Somos as mesmas, com a maturidade, a experiência, as perdas, os ganhos que o tempo nos ofertou.
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