quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vai entender os motivos!

Há um bom tempo não escrevo. Falta de tempo. Hoje faço parênteses, mudando um pouco o rumo do blog. Evidente que tudo faz parte de um contexto sobre trilhar caminhos e sobre com o que nos deparamos, porém foge um pouco da idéia principal, mas pode ser útil falar. Trabalhar, seja qual for a especialidade, tem lá seus momentos bons ou complicados. Cada um faz suas escolhas de acordo com a própria personalidade, princípios morais, dinamismo, etc. E fica sujeito a uma série de condições inerentes ao grupo, chefia, organização da empresa, enfim, às peculiaridades coletivas. Muitas vezes alguns desejam fazer muito por sentirem que é preciso, uma vez que todo trabalho tem seus objetivos. Mas, não raras vezes, percebem que a determinação acaba por incomodar aqueles pouco dispostos a aplicar energia no aprimoramento de sua atividade laboral, ou aos que se preocupam em não ter ofuscado o brilho de sua presença. Não estou falando sobre trabalhar com vistas ao destaque, me refiro ao simples ato de executar as tarefas corriqueiras com doação. O preguiçoso e o incompetente (ou com as duas características encerradas no mesmo corpo) parecem ser aqueles que mais tentam convencer aos demais sobre a sua capacidade e agilidade, ou tentam ganhar benesses através dos elogios exacerbados. O preguiçoso por vocação é aquele que justifica o seu estado de não fazer com argumentos pobres, como falta de reconhecimento, e com críticas à falta de condições para fazer. Normalmente é o grande escorregadio do local. Só faz o que gosta, se gosta. Quando faz algo, exaure o grupo, obrigando-o a ouvir inúmeras vezes o seu relato, que, na verdade, visa convencê-los de estarem frente à nona, décima e décima primeira maravilha do mundo. O incompetente, particularmente o incompetente ambicioso, tem por característica a seqüência de mesuras elogiosas, verdadeiramente se rasga no enaltecimento da figura de seus superiores, notadamente daqueles garantidores de seus privilégios. Em todo local de trabalho sempre tem um assim. Que seja! A maturidade tem suas vantagens. Proporciona meios para detectar mais rapidamente tais condutas. Confesso que me sinto dividida entre escrever sobre o tema, ou deixar no esquecimento. Ocorre que, desde jovem, senti os efeitos da convivência com portadores das características citadas. Costumava pensar que o famoso puxa-saco deveria ser um tipo rejeitado. Com o tempo descobri que, contrariamente, era uma figura necessária ao bajulado. Não há bajulador sem alguém necessitado de bajulação. Há pessoas que precisam disso e recompensam aquele que lhes oferece o que tanto necessitam. São incentivadores por necessidade. E, numa empresa ou instituição, tal situação, além de causar alguns descontentamentos, interfere na produtividade. O preguiçoso ocupa espaço e satura. O bajulador causa asco, e o bajulado, que alimenta tal conduta, termina por ser alvo de chacota. Fica aqui apenas a observação de quem já rodou bastante pelas estradas da vida. Vida vai e vida vem e os comportamentos se repetem. Mas, “eu só quis dizer”, tal como o Cirilo, do "Carrossel", e entender os motivos que levam cada um a ser como é nem sempre vale o esforço.

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