sábado, 19 de abril de 2014

Plantar para colher o quê?

Acreditei, ao longo dos meus 60 anos, durante os quais tive a preocupação com a verdade e a honestidade, que certamente colheria os resultados do que sempre defendi. Vou dizer agora, para que os amigos saibam, que não ocorre bem assim. No quesito paz interior, consciência tranquila, certamente isso ocorreu. Porém, esperar receber o tratamento conforme a minha postura frente a vida, tem sido uma frustração. Respeito é algo que só recebemos daqueles que respeitam a vida e os demais seres, seus semelhantes ou não. Podemos, ou viver agindo sem nos resignarmos com o que é injusto, com o que é socialmente prejudicial, ou focados em nós mesmos e na família, numa constante adaptação ao que prejudica, mas que se acredita não ser da nossa competência(ou incompetência) mudar. Adotando a segunda opção passaremos batido em qualquer meio, sem encontrarmos maiores empecilhos. Já a primeira opção, que certamente ferirá os calos de alguém, implicará em obstáculos que muitas vezes desconheceremos a autoria, por também desconhecermos as associações existentes. Ah!,vida complicada, princípios morais impraticáveis, que são calcados nos seres, e postos em ação possuem o sabor da frustração! Os fatos podem ter diversas interpretações, e mesmo tendenciosas, mas existem elementos que não deixam margem à dúvida. Daí a necessidade de termos sempre fotos, gravações, documentos, eticétera, pois uma versão de fatos precisa ser coroada de provas, num mundo que transforma a vítima em vilão, se esta não for pessoa com associações de interesses. Eis a razão de câmeras, máquinas fotográficas, gravadores, tudo condensado numa coisinha só, para compensar a falta de verdade humana. A palavra não tem mais valor, pois a mentira é praticada como um instrumento de defesa de interesses dos mais escusos, mas importantes para a manutenção da vaidade, do poder e da usura. E não podemos esquecer que Jesus Cristo(referência ao pensador), ao pregar a justiça numa terra de injustiça social, morreu crucificado. Depois virou ser supremo, mas primeiro teve que provar o sumo da maldade de quem tinha o poder e dos que adoravam um espetáculo de horror.É, um comportamento que vem de longa data, diria que contemporâneo do primeiro grupo social na face da Terra. Tiradentes, cujo dia é comemorado hoje, também levou sua amostra do resultado das associações de interesses e do prazer sádico. Então é assim? É. Mas por que não fui preparada para isso? Ora, alguém tem que acreditar na possibilidade de justiça entre os homens! Alguém precisa crer e lutar por ela, para dar continuidade ao sacrifício exemplar. Uns assistem como platéia, outros lamentam e outros aplaudem o massacre. Muito lugar comum, muito repetitivo. Quem duvidar leia sobre a história da humanidade. Depois, em alguns casos de maior destaque, o alvo vira santo, data comemorativa, nome de rua ou qualquer coisa que resgate as consciências pesadas pela inércia frente aos acontecimentos. Mas eu só quis dizer.

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