sábado, 6 de abril de 2013

Palco...para quê?


Um dia eu pensei que não queria mais voltar. Pensei que todo o meu esforço havia sido em vão. Sentia-me convencida de que era hora de mudar de caminho, procurar outra estrada. Entrei em casa chorando e fui cercada pela energia mais fortalecedora que existe no mundo: o amor do meu marido e dos meus três filhos. Disseram:-Volta, pois quem te subestima é porque não te conhece!
Voltei. E aprendi que o medo alheio é uma resposta desejada por muitos,e um prazer que não gosto de proporcionar. Desde então, sinto-me permanentemente agasalhada pelas asas de um anjo. É um conforto indescritível, divino, que só me traz fortalecimento para buscar a justiça e oferecer apoio aos que precisam. Percebi que aqueles que oprimem ou maldosamente prejudicam, cedo ou tarde caem ao solo, vítimas de seus próprios sentimentos. Não travo lutas individuais buscando o   autobenefício. Luto pelo que acredito ser justo ao grupo. O que é meu está reservado e será sempre conquistado através do esforço, da competência. Não almejo louros, purpurinas ou outras coisas efêmeras. Desejo é ter gente feliz a minha volta, convivendo em clima de harmonia, livre do peso da opressão e da disputa, que, por vezes, são tão mesquinhas que tornam-se risíveis. Algumas pessoas lutam tanto entre si pelo destaque, que sequer percebem que o  palco no qual ambicionam subir não passa de uma caixa de fósforos, tão minúsculo o tamanho. Para as formigas, uma caixinha parece um grande espaço. O que dá acesso e, especialmente, a permanência nos grandes palcos da vida é a luz individual, o talento natural para transformar o mundo que nos cerca em um lugar melhor para viver e conviver.E o que mais podemos ambicionar? Porém, a maldita vaidade humana sem os freios do bom senso e, fortalecida pela mesquinhez, arrasa qualquer ambiente.Mas é preciso perseverar, dia após dia, sem deixar-se abater. Não é preciso dizer, basta fazer. E lembro da frase -volta, pois quem te subestima é porque não te conhece!- e volto disposta a tentar. Quem é capaz lê nos meus atos uma clara mensagem de desejo por transformações. Quem não faz a leitura, bem...deixa estar, milagre não é a minha especialidade. Ambiciosa? Sim, talvez mais do que qualquer um. Quero um imenso palco sobre o qual todos possam estar num feliz estado de harmonia e demonstração de seus talentos. Parece demais? Não, é só o caminho da boa e produtiva convivência.Vale para qualquer local. Basta que cada um ligue o seu próprio desconfiômetro e perceba seus excessos. Tenho os pés firmes no solo e percebo que a única forma de encontrarmos qualidade na necessária convivência é investindo na valorização mútua.Não podemos continuar na desenfreada competição e no constante hábito de sabotar uns aos outros, em nome da ambição e do prazer de afligir aos mais frágeis.A vida é muito curta para ser gasta em uma vivência medíocre.   E, explorando um pouco mais a linguagem figurada,digo que estou aprendendo a navegar, mas o mar e os peixes são meus velhos conhecidos.Ensina-me a navegar que te contarei sobre os mistérios do mar, e, juntos, faremos uma grande pescaria. Mas eu só quis dizer.

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